Empresa mineira se prepara para a expansão do mercado livre de energia

Fróes destaca crescimento do segmento de geração distribuída | Crédito: Leonardo Morais
Com 20 anos de atuação, a CMU Energia tem crescido junto com um mercado que se transforma dia a dia, o de energia. Com as novas regras para o setor elétrico, que levaram à abertura e expansão dos modelos de comercialização, a empresa se consolidou em três frentes de negócio: venda e gestão de energia no mercado livre; negociação de usinas para autoprodução e adesão de pequenos clientes à geração distribuída.
Vislumbrando a abertura do mercado livre, a partir de 2024, para as empresas do grupo tarifário A, atendidas em média tensão, que tem demanda contratada acima de 30 kW e conta mensal acima de R$ 2,5 mil, a CMU criou a CMU Varejista. O foco da nova empresa do grupo é a migração e gestão desses novos clientes com demanda inferior a 500 kW, que, obrigatoriamente, deverão ser representados por um comercializador varejista perante a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE. Serviço que a CMU Energia oferece.
Mesmo estando disponível apenas a partir de 2024, já é possível os empresários simularem contratos e terem ciência da possível economia que poderão obter, a partir de 2024. Ao todo no Brasil, são cerca de 200 empresas que comercializam energia. E a expectativa é que o novo modelo de compra traga uma economia de custo de até 35% para os clientes.
Em Minas Gerais, são cerca de 40 mil potenciais consumidores aptos a escolher a empresa que quiserem. No Brasil, a estimativa é que seriam cerca de 180 mil potenciais clientes. E eles vão desde supermercados a shopping centers, indústrias de pequeno porte, passando por farmácias, produtores rurais e condomínios.
O CEO da CMU Energia, Walter Fróes, explica que há ainda no setor muito desconhecimento e que esse é um dos maiores desafios que os comerciantes de energia podem enfrentar. “Às vezes, uma loja de um supermercado, por exemplo, não atinge o valor necessário de consumo para chegar na faixa do mercado livre, mas duas, três lojas sim”, exemplifica.
Para esclarecer e contribuir com a divulgação das informações, Fróes optou pela estratégia do ‘boca a boca’. “Hoje, trabalhamos com vendedores nas ruas visitando possíveis clientes de porta em porta e apresentando nosso projeto. Nossa meta é atingir mil contratos até o final do ano que vem”, revela.
Autoprodução é uma oportunidade para empresas de maior porte
Outra frente que a CMU atua é a de autoprodução. Recentemente, a empresa inaugurou em parceria com a Solatio, as usinas fotovoltaicas de Coromandel I e II, na cidade de Coromandel, no Alto Paranaíba. Com capacidade de 88 MW-pico, elas ocupam uma área de aproximadamente 140 hectares e atendem à rede Supermercados BH.
Nesta modalidade, em que grandes consumidores recebem energia de uma planta exclusivamente construída para consumo próprio, a CMU viabilizou a construção de 49 usinas, a maior parte localizada em Minas Gerais, mas também no Centro-Oeste.
Nos próximos quatro anos, a empresa espera viabilizar a construção de 29 novas usinas e comercializar 19 GW-pico (5GW-médio), o que equivale a 6% do atual consumo de energia nacional, gerando investimentos totais de R$ 60 bilhões.
Pessoa física não precisa instalar placa para obter energia solar
No setor de geração distribuída, Fróes conta que o número de clientes disparou em 2022. “Passamos a deter a maior fatia do mercado nacional, com 130 mil unidades consumidoras em Minas Gerais”, conta. Ele explica que a geração distribuída dispensa a instalação de painéis pelo consumidor e funciona como uma assinatura mensal, em que o cliente adere a um consórcio, que por sua vez, arrenda as plantas solares sob a gestão da CMU. Dessa forma, um percentual do volume de energia gerado é atribuído a esse cliente e é abatido na conta de energia. Nesse modelo, Fróes diz que a conta do consumidor chega a reduzir cerca de 10% a 18% no valor total.
“A CMU tem hoje 140 usinas solares em operação que produzem juntas 100 MW-nominal de energia. E temos clientes aguardando para aderir ao modelo”, conta Fróes. A meta nesse nicho, de acordo com ele, é chegar a 300 mil clientes até o fim deste ano.
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