A CMU Comercializadora já contabiliza 100 clientes que totalizam 300 unidades consumidoras que decidiram migrar para o mercado livre com a nova fase da abertura do segmento. Ao mesmo tempo, a empresa contabiliza outros 160 mil clientes da modalidade de micro e minigeração distribuída. A meta, segundo o presidente da CMU, Walter Fróes, é chegar a 500 mil consumidores que contam com geração própria, por meio de painéis solares fotovoltaicos.
No campo do mercado livre, a economia estimada para os consumidores de energia nesse ambiente no qual se pode escolher o fornecedor da eletricidade bem como as condições contratuais, gira entre 20% e 30%, dependendo do perfil de consumo.
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Desde o dia 1º, qualquer consumidor de energia conectado em alta tensão pode migrar para o mercado livre.
A empresa, afirmou, se preparou para a abertura do mercado com dez anos de antecedência, com a criação da figura do comercializador varejista, aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica em 2013.
O comercializador varejista é o agente que representa, perante à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), consumidores que migraram para o mercado livre com carga abaixo de 1 megawatt (MW).
Consumidores com carga de até 0,5 MW precisam ser representado obrigatoriamente por um comercializador varejista.
Dessa forma, o varejista assume os riscos do consumidor no mercado. “É um avanço fantástico, evita que a CCEE tenha que duplicar de tamanho”, disse Fróes.
Segundo dados da CCEE, o Grupo A, que reúne o conjunto de consumidores conectados em alta tensão, soma 202 mil unidades consumidoras.
Desse total, quase 38 mil já estão no mercado livre, por causa de migrações que foram realizadas no passado.
Outras 93 mil unidades consumidoras aderiram ao modelo de geração distribuída, majoritariamente composto por uso de painéis solares em telhados.
Sobram, portanto, quase 72 mil unidades com potencial para aderir ao segmento livre a partir de 1º de janeiro.
Para Fróes, a implantação de uma eventual nova fase da abertura do mercado, avançando para a baixa tensão, vai tornar o mercado livre concorrente da modalidade de micro e minigeração distribuída, caracterizada pela instalação de painéis solares em telhados de residências e pequenos estabelecimentos comerciais e industriais.
A microgeração envolve centrais solares com potência de até 75 quilowatts (kW) e a minigeração considera projetos com potência entre 75 kW e 5 MW.
Para ele, o mercado deve se dividir entre os consumidores conectados em alta tensão no mercado livre e os em baixa tensão recorrendo à geração distribuída.
“Quero ver como se consolida o mercado de comercialização varejista para se ter um próximo passo”, afirmou.
Na baixa tensão, está conectada a grande maioria dos consumidores que hoje têm a gestão da energia a cargo das distribuidoras, especialmente as residências. Ainda não há previsão legal de abertura do mercado na direção da baixa tensão. A iniciativa depende de estudos técnicos e de mudanças no modelo de comercialização de energia elétrica.
Fróes vê ainda espaço para que, num futuro próximo, consumidores possam combinar migração para o mercado livre com implantação de painéis solares, como forma de ampliar a economia de energia.
Ele estima ainda que investidores em projetos de geração solar centralizada, que envolve usinas de maior porte, acima de 5 MW, passarão a investir mais na micro e minigeração.
“Já está acontecendo. Hoje, as margens e os retornos de capital são substancialmente diferentes nos dois segmentos. Em vez de investir na geração distribuída para a baixa tensão, seria mais razoável investir em plantas menores. Isso evita que o custo unitário do investimento suba e o retorno será maior para o investidor”, avalia.
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