Média mensal cresceu três vezes na comparação com o ano passado, segundo informações da CCEE
A migração para o mercado livre de energia vem crescendo este ano em Minas Gerais e, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), com números, em média, três vezes maiores do que os registrados em 2023. Considerando o primeiro semestre, foram 665 adesões no Estado, número que cresceu ainda mais no acumulado deste ano até agosto, com 1.048 movimentações.
No País, o segmento ultrapassou a marca das 16 mil migrações no ano até agosto, recorde, já que supera em duas vezes os resultados do ano passado inteiro, segundo a CCEE, que acompanha de perto as movimentações do setor. Somente em agosto deste ano foram 2.533 novos consumidores no mercado livre de energia, volume três vezes maior do que o verificado no mesmo mês de 2023 em todo o território nacional.
O mercado livre de energia é o segmento em que o consumidor pode escolher o seu fornecedor e estabelecer contratos por fonte, prazo ou preço. Ele existe no Brasil desde 1996, mas as regras para migração eram mais rígidas e até o início deste ano se restringiam a consumidores com demanda acima de 500 quilowatts (kW). No caso da demanda inferior a 500kW, o consumidor deve buscar, obrigatoriamente, ser representado por um comercializador varejista perante à CCEE. Atualmente, o mercado livre de energia representa 38% do consumo total de energia elétrica gerada no Brasil.
CMU registra expansão com abertura do mercado livre
E graças à abertura do mercado livre de energia, além da chegada de novos contratos de alta tensão, como supermercados, indústrias e hotéis, a comercializadora de energia CMU projeta faturamento de R$ 200 milhões neste ano, o que representa crescimento de 20%, na comparação com 2023. A empresa de origem mineira faturou no primeiro semestre deste ano R$ 86 milhões, alta de 17% em relação a igual período do ano anterior.
Um dos grandes clientes mais recentes da empresa é o Grupo Mateus, rede de supermercados presente em nove estados, e que vai utilizar a energia em 70 lojas, por meio de energia solar via autoprodução, modelo no qual o consumidor atua como sócio do empreendimento que vai fornecer eletricidade.
E para atender justamente ao aumento da demanda do mercado livre, a CMU Comercializadora de Energia criou a CMU Varejista. De acordo com a empresa, o setor de serviços foi o que mais buscou a adesão ao mercado livre junto à comercializadora, com a migração de hotéis, clínicas e hospitais para o novo modelo. No segmento industrial, empresas de alimentos e construção também estão entre os novos clientes.
A empresa gerencia hoje no mercado livre energia 300 grandes consumidores e geradores, o que equivale aproximadamente a 1.500 MWm em contratos, em 3 mil pontos de consumo ou geração em todas as regiões. Com as novas regras do setor elétrico, a expectativa é chegar a 1.500 clientes até o final de 2025.
Mais barata e competitiva
O presidente da CMU Energia, Walter Fróes, observa que a economia expressiva com energia elétrica torna as empresas mais competitivas e, logo, elas podem oferecer melhores preços ao consumidor final. “A economia varia de 20% a 25% no valor total da conta de luz na comparação com o mercado cativo”, diz.
No segmento de baixa tensão, a empresa atende atualmente cerca de 130 mil consumidores e a perspectiva, conforme o executivo, é de alcançar, no prazo de quatro anos, mais de um milhão de consumidores em todo o País.
E para 2025, a empresa deve ter uma nova divisão para atuar no segmento de eletropostos de abastecimento rápido em todo o País. “O projeto ainda é embrionário e é uma parceria com uma grande montadora”, diz.
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