Foi inaugurada ontem, no
campus Cetec, localizada no bairro Horto (região leste da capital), a Sunew,
fábrica de filmes plásticos orgânicos para conversão de energia solar em
elétrica, que promete ser destaque na próxima geração de painéis solares. Com
investimentos de R$ 100 milhões, a empresa já nasce como uma das líderes
globais do segmento, com capacidade de produção acima de 300 mil metros
quadrados por ano, o equivalente a dezenas de megawatts.
A campanhia é fruto da
parceria do CSem Brasil, com o BNDESPar, Fir Capital, Tradener e CMU Energia. O
CSem Brasil é o responsável pelo desenvolvimento da tecnologia necessária à
produção das chamadas placas OPV ( sigla em inglês para painéis fotovoltaicos
orgânicos). O método, 100% brasileiro, surge como a mais nova solução para a
geração de energia solar.
São painéis orgânicos
feitos com materiais orgânicos não tóxicos, num processo produtivo inovador e
único no mundo. Isso não somente vai permitir com que Minas e o Brasil liderem a
próxima geração de painéis, mas também permear a possibilidade da produção de
eletrônica no Estado. Temos todas as condições para, futuramente, sediar um
vale da eletrônica orgânica por aqui, resume o CEO do Csem Brasil e sócio da
Fir Capital, Tiago Alves.
Alves explica que a fábrica
já está em operação, trabalhando em projetos iniciais customizados para
segmentos diversos e atendendo a parceiros de relevância, como Fiat e
Votorantim. Segundo ele, os primeiros seis meses de atuação serão dedicados a
projetos customizados. Depois os painéis serão disponibilizados para um mercado
mais amplo. No próximo mês, por exemplo, já será possível avistar os filmes
na fachada de um prédio em São Paulo,revela.
A Sunew conta com um método
diferenciado de impressão de painéis fotovoltaicos usando materiais orgânicos.
A capacidade produtiva da planta inaugurada em Belo Horizonte existe em escala
apenas na Austrália e no Japão. De todas as fontes renováveis de energia, a
solar é a mais disponível a que mais
cresce no mundo. O Brasil tem grande potencial de participação nesse mercado,
hoje liderado por países como Alemanha e Espanha. E que deve crescer,em média,
10,5% no próximos anos, explica.
Diferenciais
o CEO ressalta que os principais diferenciais da geração de energia em OPV dizem respeito à espessura e à
flexibilidade. Mas pondera que o custo ainda é elevado, inclusive superior às
tradicionais placas de silício. Porém, ele lembra que as inúmeras
possibilidades de aplicações do filme permitem à empresa explorar mercados
ainda não tão acessíveis às tecnologias tradicionais, sobretudo pelo aspecto do
desing, transparência,maleabilidade
e peso. Entre as diversas aplicações possíveis estão fachadas de prédios,
mobiliário, urbano, superfícies de reservatórios, automóveis e galpões
metálicos, cita.
Já o CEO da Fir Capital,
Davide Travesso, destaca a aposta da empresa no negócio, bem como dos
parceiros, citando o governo de Minas, por meio da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e da Secretaria da Ciência e Tecnologia.
Esperamos que esse negócio
sirva de base para a concepção de uma nova indústria no país. A Sunew foge dos
padrões da industria tradicional. E o nosso principal objetivo é transformá-la
em uma grande oportunidade de negócios. Além dos objetivos empresariais de retorno, desejamos que sirva
de desafio para que tenhamos outros empreendedores fazendo a mesma coisa para o
Brasil, pois acreditamos que a transformação do país passa pela necessidade de
se fazer diferente do que se faz hoje, conclui.
Comentários