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Buraco sem fundo no setor elétrico

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O rombo do setor elétrico já virou um buraco sem fundo. Desde que o governo decidiu intervir e conceder desconto de 20% na conta de luz dos consumidores em 2013, o cobertor está cada vez mais curto.Especialistas calculam em até R$56 bilhões o montante repassado por conta dos sucessivos empréstimos e aportes para socorrer as distribuidoras, expostas ao alto preço da energia gerada por termelétricas e comprada no mercado livre.
Mesmo com os baixos níveis de água nas usinas hidrelétricas, em consequência da falta de chuvas,e tendo que acionar as termelétricas em toda a sua capacidade, o governo insistiu na redução da tarifa de energia.O resultado foi uma sucessão de erros que não tem hora para acabar. Aportes do tesouro, empréstimos em bancos via conta especial(conta – ACR) administrada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e leilões emergenciais não foram suficientes para cobrir o rombo.
Sem recursos, as distribuidoras precisariam desembolsar R$1,9 bilhão segunda-feira para liquidar as operações realizadas no mercado livre em maio. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) conseguiu, esta semana, postergar parte desta fatura – R$1,3 bilhão – para pagamento apenas em 31 julho.Não sem desagradar aos agentes do setor elétrico, sobretudo os credores das concessionárias.O adiamento foi uma forma de dar um fôlego para o governo encontrar onde tirar esses recursos, conforme o diretor da Aneel, Romeu Rufino, que está em contato constante com o Ministério da Fazenda.
Fontes ligadas à negociação garantem que o governo está tentando, junto aos bancos, incluir um aditivo ao empréstimo de R$11,2 bilhões, feito via conta – ACR da CCEE com o objetivo de resolver de uma vez o problema, mas suficiente apenas para cobrir as liquidações até abril. O valor do aditivo deve superar a casa dos R$2 bilhões, e ainda assim está longe de atender às necessidades das concessionárias até o fim do ano. Só deve resolver as liquidações de julho e agosto. Segundo a Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica(Abradee), as empresas precisarão de mais de R$7 bilhões até dezembro.
“O governo está resolvendo a situação pari passu, ou seja, quando surge o problema, ela busca uma solução pontual, mês a mês dívida a dívida” lamenta o especialista da Thymos Energia, João Carlos Mello, cujos cálculos apontam um represamento de R$40 bilhões no setor.”Esse montante não vai ser todo repassado às tarifas de uma vez, porque os empréstimos da conta – ACR serão pagos em dois anos e os aportes do Tesouro Nacional em cinco anos, ainda assim vão ter um impacto nas tarifas dos consumidores no ano que vem e em 2016 e 2017″, explicou.
CONTA DE LUZ – Para o presidente da CMU Comercializadora de Energia, Walter Fróes, conselheiro da Associação Brasileira das Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel), a conta é ainda maior. “Pelos nossos cálculos, o rombo chega a R$56 bilhões represados. A situação é dramática. As tarifas de energia precisariam de um reajuste de 35% para cobrir esse buraco”,estimou. Fróes disse que o governo já deveria ter encontrado uma solução para o caso, mas tentou injetar um falso otimismo no mercado, assim que o PLD ( Preço de Liquidação das Diferenças) caiu para R$368 o megawatt/hora(MWH),no mês passado.

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