O projeto de lei (PL) 414, que trata da modernização do mercado de energia, incluindo a abertura do mercado livre de energia, promove mudanças fundamentais para a redução dos custos dos consumidores com energia elétrica, disseram especialistas que participaram do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase) nesta quinta-feira, 9 de junho.
A abertura do mercado livre tem apoio até mesmo de executivos de distribuidoras de energia, monopolistas do mercado cativo, devido às transformações que vai proporcionar no serviço ao consumidor.
“Os problemas são muitos, temos que seguir trabalhando forte para que o 414 seja aprovado, com as mudanças necessárias. É muito importante buscar a aceleração da abertura do mercado”, disse Nicola Cotugno, que comanda as operações da italiana Enel no Brasil.
Segundo Gustavo Estrella, presidente da CPFL Energia, a abertura do mercado não é negativa para as distribuidoras de energia, e a discussão sobre o assunto já tem trazido “bons reflexos” para o mercado. “Vejo uma ação clara da CPFL com viés ligado ao cliente, isso faz com que a gente mude nosso mindset”, disse o executivo.
O alto custo da energia para os consumidores também foi discutido por executivos no evento. Segundo Estrella, com aumentos sucessivos nos preços, os consumidores vão chegar num ponto em que não conseguirão pagar a conta de luz em dia. “Ele vai numa crescente que meu cliente não vai aguentar pagar essa conta”, disse o presidente da CPFL.
“Se você mexe no setor elétrico, você gera subsídio ou imposto. A única saída é a inovação, onde você consegue ganhos”, disse Cláudio Ribeiro, presidente da 2W Energia. Segundo ele, “parlamentares sérios” sabem dos benefícios da aprovação do PL 414, e há espaço para que o texto seja votado ainda neste ano, antes do recesso ou na janela depois das eleições antes da virada de ano.
O presidente da CPFL admitiu que cada dia que passa, com a proximidade das eleições em outubro, fica mais complexo ter a aprovação do texto, mas “há espaço para aprovar neste ano”, até mesmo por conta da convergência entre os agentes privados e o governo sobre o tema. “É uma agenda extremamente positiva para todos”, disse.
“O termo jabuti nunca foi tão usado, e infelizmente trava o PL, mas há ganho potencial para todos os agentes, inclusive o governo, por isso ainda acho que temos chance de conseguir a aprovação neste ano”, disse Estrella.
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