Preços do mercado livre de energia devem avançar 150% para o segundo semestre
O mercado livre de energia deve apresentar alta de até 150% nos preços para o segundo semestre deste ano. A explosão nos preços é influenciada pela forte dependência do País à matriz hídrica, que passa por momentos desafiadores em razão das oscilações de períodos chuvosos, que devem começar a se acentuar a partir de abril.
A projeção, apontada pelo CEO da CMU Energia, Walter Fróes, indica que o mercado energético brasileiro deve passar por uma nova guinada de preços ainda neste ano. Segundo ele, as expectativas se acentuaram após o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já projetar a necessidade de usar termelétricas nos próximos meses para garantir suprimento.
No mercado livre de energia, os consumidores podem negociar diretamente com fornecedores, garantindo maior previsibilidade de custos, por períodos que podem chegar a cinco anos. Empresas que estão sem contrato devem ser as mais prejudicadas, com destaque para indústrias, como ferro-liga, cuja energia representa de 30% a 40% do custo do produto – o que pode inviabilizar operações.
“Estamos falando de energia para o segundo semestre na casa de 100% a 150% acima do previsto na comparação com janeiro deste ano”, destaca o executivo.
Uma das soluções apontadas pelo executivo para atenuar o desafio energético é o investimento em armazenamento de energia, como a solar, que segundo ele, deve se tornar mais acessível em pelo menos três anos. “Nos últimos doze anos, o custo da placa fotovoltaica caiu 93%, o que viabilizou a expansão do mercado, e, com o advento da mobilidade elétrica o preço da bateria deve seguir uma tendência próxima a isso”, avalia.
A partir disso, a expectativa é que a comercialização de baterias se torne cada vez mais acessível, viabilizando grandes armazenamentos e reduzindo gradualmente a dependência de termelétricas em momentos críticos para hidrelétricas. “O operador precisa de energia estocada para garantir suprimentos e ainda não temos condições de estruturar esse estoque em energia solar”, acrescenta.
Matriz elétrica segue em plena expansão em Minas
Até outubro de 2024, Minas Gerais registrou a entrada em operação comercial de 56 usinas, acrescentando 2,23 gigawatts (GW) à sua matriz elétrica, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Dentre os principais fatores que impulsionaram os avanços no Estado estão a atratividade das tarifas reguladas pela agência, que foram consideradas mais atrativas do que as de outras localidades.
Para 2025, a expectativa é de crescimento, tanto no Estado, quanto no Brasil, à medida em que investidores contem com cenários favoráveis para realizarem novos aportes. Com isso, a tendência é que segmentos, como o de energias renováveis se despontem e cada vez mais correspondam por uma maior fatia do percentual total gerado no País.
Comentários