Bento Albuquerque reconhece cenário de “maior crise hídrica da história do país”, com reverberação no setor elétrico, mas diz que racionamento está descartado com base nas mais recentes projeções
O ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, reiterou nesta quinta-feira (14) que o governo não trabalha com hipótese de racionamento de energia elétrica. Ele deu a declaração em vídeo enviado ao 39º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), promovido essa semana, em edição virtual, pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Em sua fala no vídeo enviado ao evento, o ministro reconheceu que, no momento, ocorre a “maior crise hídrica da história do país”, com reverberação no setor elétrico – visto que maior parte da geração no Brasil é de hidrelétricas, que dependem de volumes de água satisfatórios em seus reservatórios. “Estamos vencendo essa batalha. Com base nas mais recentes projeções apresentadas, não trabalhamos com hipótese de racionamento”, afirmou ele.
Ao falar sobre o cenário atual do setor elétrico, o ministro pontuou movimento de diversificação da matriz energética brasileira, efetuado em ações nesse sentido por parte do governo, e “fundamental vetor para crescimento do país”, nas palavras do ministro. Ele comentou ainda os esforços, da União, para modernização do setor elétrico, passo essencial para novos modelos de negócio, notou ele, bem como empreendimentos relacionados à transição energética. “O país não se furtará no desafio de transição energética”, afirmou ele.
O ministro comentou sobre perspectivas de evolução e desenvolvimento do setor de energia, com dados do Plano Decenal para a área, já divulgado pelo ministério, que prevê investimentos da ordem de R$ 275 bilhões em geração centralizada e distribuída nos próximos anos, de acordo com números citados por ele. Ele lembrou ainda os recentes leilões de geração e de transmissão realizados pelo governo, classificando a realização dos certames como “fundamentais nesse momento de escassez hídrica”, notou ele.
“Temos orgulho do setor [de energia] estruturado e resiliente” disse, notando que a área energética enfrentou vários desafios em meio à crise no país causada pela pandemia.
No vídeo enviado ao evento, o ministro falou ainda sobre a importância do setor mineral, na economia e no comércio exterior do país. O ministro pontuou que, mesmo em meio à crise, o setor de bens minerais se manteve como um dos de maior desempenho, principalmente em comércio exterior, e que os resultados de 2021 evidenciam força da mineração. “um motor de desenvolvimento do Brasil”, afirmou ele.
Ainda de acordo com o ministro, somente no primeiro semestre desse ano, as exportações minerais brasileiras totalizaram US$ 27,7 bilhões.
Em sua fala no Enaex, o ministro aproveitou ainda para fazer um retrospecto das realizações do governo em outras áreas ligadas à energia, como os leilões de exploração de petróleo realizados pelo atual governo.
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