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Governo projeta bandeira verde na tarifa elétrica para dezembro

Autor:
João Montenegro- BNamericas

As contas de luz do Brasil devem retornar à bandeira verde em dezembro, de acordo com especialistas entrevistados pela BNamericas.

O sistema de bandeiras indica as condições de geração e os custos para os consumidores de energia. Quando a produção nas hidrelétricas – que produzem energia mais barata que as termelétricas – é alta, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aciona a bandeira verde, e, quando há menos água disponível, as bandeiras amarela ou vermelha (nível 1 ou 2) podem ser acionadas, o que leva a tarifas mais altas para os consumidores.

Para novembro, devido à melhora das condições de geração de energia, a agência fixou bandeira amarela, após bandeiras vermelhas em setembro e outubro, em resposta aos efeitos de uma grave seca.

Na opinião de Mauricio Crivelin, CEO da rede de franquias Kinsol Energia, as chuvas devem ocorrer principalmente na segunda quinzena de dezembro.

“As expectativas, portanto, são de menores custos operacionais do sistema e da aplicação da bandeira verde”, disse ele à BNamericas.

No entanto, Crivelin recomenda cautela a partir de janeiro de 2025, pois o modelo computacional que otimiza a operação dos recursos elétricos do país passará a rodar com novos parâmetros, o que pode resultar em maior volatilidade no custo de operação, desencadeando a aplicação de bandeiras tarifárias de energia.

Fernando Borborema, diretor de estudos energéticos do Grupo Delta Energia, projeta que o preço do MWh de energia elétrica ficará em média em R$ 61,07 (US$ 10,51) em dezembro, equivalente ao Preço Mínimo Regulatório para Liquidação de Diferenças, ou PLD, em 2024.

“A tendência é que o ano de 2024 feche com bandeira tarifária verde, considerando o cenário favorável de chuvas e baixo preço de energia”, afirmou Borborema à BNamericas.

Walter Fróes, CEO da comercializadora de energia CMU, também prevê o retorno da bandeira verde no mês que vem.

“Para dezembro, o preço da energia convencional [baseada em fontes não renováveis hidrelétricas] deve ficar na faixa de 70 reais por MWh. Por conseguinte, a incentivada deve ficar em torno de 90 a 95 reais por MWh”, comentou à BNamericas.

Já para Fred Menezes, diretor-executivo da Armor Energia, as chuvas do final de outubro e nas primeiras semanas de novembro trouxeram alívio ao sitema elétrico nacional.

“A perspectiva é de que a energia natural afluente dos rios ao longo do mês de novembro se recupere e permita que voltemos para a bandeira verde já em dezembro”, disse em nota à imprensa.

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