Com novas regras, 20.973 clientes entraram neste segmento entre janeiro e outubro no País
A abertura do mercado livre de energia, que flexibilizou os critérios para acesso em janeiro deste ano, provocou uma intensa aceleração no ritmo de migrações para o segmento. De acordo com levantamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o volume de transferências para o mercado livre triplicou em agosto, um recorde. De janeiro a outubro deste ano, já são 20,9 mil novos consumidores em todo o Brasil.
Apenas no oitavo mês do ano, a CCEE registrou a entrada de 2.533 novos consumidores no mercado livre, volume três vezes maior que o verificado no mesmo mês do ano anterior. Esse número também representa um recorde para um único mês de adesões. No acumulado do ano, até outubro, com a chegada de quase 21 mil (20.973) novos consumidores, o total de unidades consumidoras no País alcançou 58.875, representando um crescimento de 48% em relação ao total de 2023.
“Esse aumento era um resultado absolutamente esperado. Eu acredito que o número de consumidores varejistas chegará de 200 a 250 mil novos consumidores nos próximos dois anos. A tendência é que todos migrem para o mercado livre a médio prazo”, destacou o diretor da CMU Energia, Walter Fróes.
Alavancada por este movimento, a CMU Energia projeta um faturamento de R$ 200 milhões em 2024, um crescimento de 20% na comparação com o ano passado. “Esse aumento se deve ao advento do comercializador varejista. O mercado livre era restrito a consumidores com demanda acima de 500 quilowatts (kW), mas, com a queda dessa exigência, o número de interessados disparou”, explicou Fróes.
De acordo com ele, cerca de 6,5% dos consumidores varejistas estão em Minas Gerais. “Como o Estado possui uma participação acima da média nacional no mercado livre convencional, ou seja, aquele com consumo superior a 500 kW, é natural que, no mercado varejista, essa participação seja menor. Em Minas, há um número maior de grandes consumidores”, afirmou.
Segundo os dados da CCEE, dos novos consumidores, 77% são pequenas e médias empresas, como padarias, supermercados, farmácias e escritórios, que aderiram ao modelo de contrato varejista. Nessa modalidade, os consumidores compram sua energia de um comercializador, que fica responsável por representá-los no mercado e apoiá-los na gestão do dia a dia das operações junto à Câmara de Comercialização.
No mercado livre, os consumidores podem escolher seu próprio fornecedor, o tipo de fonte de energia e negociar preços e prazos. Esse modelo existe no Brasil desde 1996, mas as regras para migração eram mais rígidas. Atualmente, o mercado livre representa 38,7% do consumo total de energia elétrica gerada no País e deve continuar a crescer nos próximos meses.
Quem pode migrar para o mercado livre de energia?
Com a abertura do mercado, todos os consumidores conectados em alta tensão podem aderir ao mercado livre, mesmo que tenham demanda inferior a 500 kW. Para isso, é obrigatório serem representados por um comercializador varejista perante a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.
A economia gerada pode chegar a até 30% nos gastos com energia em comparação ao mercado regulado.