Demanda maior está ligada ao bom desempenho de alguns setores, como o comércio, e ao aumento de temperatura em algumas regiões
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgou que o consumo de energia elétrica do Brasil em maio foi de quase 65 mil megawatts médios, volume 2,9% acima do registrado no mesmo período do ano passado, além de ser o maior avanço em 2023. Os dados preliminares indicam como principais fatores para o crescimento o bom desempenho na produção de alguns setores da economia, além de temperaturas mais altas em algumas regiões, estimulando o uso de equipamentos de refrigeração, como o ar-condicionado.
Segundo a CCEE, do total consumido, 40.495 MW médios foram repassados pelas distribuidoras aos seus clientes do mercado regulado, onde estão as pequenas empresas, como o comércio, e os consumidores residenciais. Houve alta de 3,4% no comparativo anual. O restante da energia, 24.484 MW médios, foi utilizado pela indústria e grandes empresas, como shoppings e redes de varejo, que compram sua energia diretamente do mercado livre. Nesse ambiente, o avanço foi de 1,9% frente a maio de 2022.
A CCEE também acompanha o desenvolvimento da Micro e Minigeração Distribuída (MMGD) no Brasil. São os painéis instalados em residências e empresas, que reduzem a demanda do Sistema Interligado Nacional – SIN. Se não houvesse esse tipo de sistema, que produziu 3.487 MW médios no mês de maio, a demanda do mercado regulado seria maior, de 6,8%.
Consumo por ramo de atividade econômica
A demanda de energia das indústrias e grandes empresas de 15 setores da economia abastecidos pelo mercado livre registrou aumento em maio. Na comparação com o mesmo período do ano passado, maiores avanços foram registrados na Extração de Minerais Metálicos (9,7%), seguida pelo Comércio (7,7%) e Alimentos (6,2%). Entre aqueles que tiveram as maiores baixas estão Serviços (-6%), Madeira, Papel e Celulose (-4,5%) e Saneamento (-3,2%).
Regiões
Entre as regiões, o destaque fica para o Maranhão (50,6%), Mato Grosso (14,3%) e Ceará (8,8%), estados onde o menor volume de chuva e temperaturas acima da média registrada no ano passado influenciaram um aumento na demanda do mercado regulado. O cenário inverso, com dias mais frios e chuvosos, derrubou o consumo principalmente no Espírito Santo (-4,7%), além de Minas Gerais (-0,8%) e Rio Grande do Sul (-0,4%).
Geração de energia
Apesar de um declínio de 2% na produção de energia das hidrelétricas, os quase 50 mil MW médios entregues ao SIN em maio refletem um cenário bastante favorável, considerando que o país atravessa o período seco.
Segundo a CCEE, as térmicas geraram mais de 8.700 MW médios, aumento de 5,4% puxado pela maior participação das usinas a biomassa, que forneceram 4.316 MW médios, produzidos principalmente a partir da cana-de-açúcar.
No mesmo período, os parques eólicos produziram 9.591 MW médios, avanço de 18,9% em relação ao ano passado, e as fazendas solares geraram 2.076 MW médios, crescimento de 76,8% no comparativo anual.
O Brasil também seguiu exportando eletricidade para a Argentina e Uruguai. Foram enviados 1.026 megawatts médios via Exportação de Vertimento Turbinável – EVT, uma operação coordenada pela CCEE e o Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS.
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