Durante Painel Brasil da COP 27, no Egito, representantes do MME ressaltaram temas como biocombustíveis, hidrogênio, marcos regulatórios e participação de mulheres nos setores de energia e mineração.
Representantes do Ministério de Minas e Energia (MME) participaram, esta semana, do painel “Matriz Energética Brasileira: oportunidades para a transição energética”, na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP27), em Sharml el-Sheikh, no Egito. O tema foi apresentado pela diretora da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético (SPE), Marina Rossi, e pela secretária-adjunta da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (SPG) do MME, Marisa Barros.
Em sua participação, Marisa enfatizou a relevância estratégica dos biocombustíveis para a transição energética. Sobre o diesel verde, ressaltou que seu uso será cada vez mais relevante no mundo. O combustível renovável pode ser produzido a partir de óleo vegetal e utilizado em motores do ciclo diesel, em substituição ao óleo diesel de origem fóssil. Segundo ela, uma alternativa que beneficia meio ambiente e consumidores.
“Como o diesel verde também pode ser adicionado ao óleo diesel comercializado, ele acaba competindo com o biodiesel, com potencial de melhores condições de preço, qualidade e oferta de combustíveis ao consumidor”, ressalta Marisa. Ela conta que esse biocombustível pode ser, ainda, um importante componente de descarbonização em conjunto com processos de melhoria de eficiência energética ao segmento de refino de petróleo, “além de ser uma forma de as refinarias se adequarem a esse cenário de transição energética, em que é preciso buscar uma matriz cada vez mais rica em fontes de baixo carbono”.
A secretária-adjunta da SPG também destacou a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), instituída pela Lei nº 13.576/2017, como importante passo na expansão do uso de biocombustíveis na matriz energética brasileira e mitigação das emissões de gases causadores de efeito estufa (GEE), com oportunidades de aprimoramento, especialmente no mercado de créditos de descabonização (CBIOs). “Como capitalizar o potencial de redução de GEE de projetos de etanol de segunda geração, de diesel verde e de biogás na forma de ativos ambientais que possam contribuir efetivamente com o atendimento da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) brasileira?”, colocou, Marisa, para a reflexão dos participantes do painel da COP27.
Marcos Regulatórios e Desburocratização
Entre os pontos destacados pela diretora Marina Rossi está o intenso trabalho do Governo Federal para desburocratizar e aumentar a previsibilidade e a segurança jurídica para entrada de novas fontes de baixo carbono. Principalmente, para quem deseja investir em energia eólica offshore e em hidrogênio. “Um grande esforço para criar um ambiente regulatório sólido, que dê segurança ao investimento privado, fazendo do Brasil um grande exportador de energia limpa, desenvolvendo vetores energéticos, criando vantagens competitivas e gerando emprego e renda à população”, finaliza.
Mulheres protagonizam debate energético
Também participaram do painel a gerente de Sustentabilidade e Carbono da 2W Energia, Mariana Fieri, e a assessora especial do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Vera Stumm. Essa forte representatividade feminina foi percebida em toda a COP 27. Cerca de 40% do público do evento era de mulheres, segundo as representantes do MME. Elas aproveitaram para divulgar o projeto “Sim, elas existem”. A iniciativa colaborativa e voluntária existe desde2018, promovendo diversidade e inclusão de gênero no setor de energia e mineração, exaltando as contribuições valiosas das competentes profissionais destes setores.