A térmica GNA I recebeu autorização para entrar em operação comercial e contribuir no atendimento da demanda por energia

A usina termelétrica GNA I, no Porto do Açu (RJ), recebeu autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para entrar em operação comercial a partir de hoje, com o objetivo de contribuir no atendimento da demanda por energia elétrica em meio à crise no setor. O Brasil vive o período seco com menos chuvas dos últimos 91 anos, o que afetou a geração das usinas hidrelétricas e levou ao acionamento de térmicas.
A usina a gás natural liquefeito (GNL) no norte fluminense tem capacidade instalada de 1.338,30 megawatts (MW) e estava operando em comissionamento há dois meses. A unidade é operada pela Gás Natural Açu, joint venture formada pela petroleira BP, Siemens, SPIC Brasil e pela Prumo Logística, controlada pelo EIG. O presidente da Gás Natural Açu, Bernardo Perseke, explica que a usina teve a entrada em operação antecipada em cinco meses devido à situação do setor. Para tanto, a empresa recebeu autorização da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG) para postergar intervenções e reparos.
Publicidade
“Encontramos soluções que nos deixam confortáveis no curto prazo, mas com necessidade de fazer intervenções mais à frente. Estamos seguros para entrar em operação, mas a partir do momento em que o sistema não dependa mais tanto dessa energia, faremos uma parada. A previsão hoje é que GNA I seja 100% despachada pelo menos até meados ou o final de 2022. Estamos preparados para isso”, afirma Perseke.
O executivo explica que a antecipação foi um desafio, por causa da pandemia. No ano passado, a obra chegou a ser paralisada e sofreu atrasos. “Enfrentamos a maior crise humanitária da história durante a construção. Quando a pandemia chegou, tínhamos mais de 5.500 trabalhadores na obra. Tivemos que parar, entender a crise e os protocolos a serem seguidos e retomar gradualmente”, diz.
Ao todo, o projeto empregou mais de 12 mil pessoas diretamente durante a construção. O complexo conta também com um navio regaseificador (FSRU), responsável por abastecer a usina, além de uma linha de transmissão e um gasoduto. O investimento estimado até o momento é de R$ 5 bilhões.
Perseke explica que a operação a ciclo combinado, ou seja, com três turbinas a gás e uma turbina a vapor, ajuda a reduzir custos. A térmica tem também uma unidade de dessalinização, assim toda a demanda hídrica da operação é suprida pela água do mar. “O ciclo combinado gera praticamente 30% da nossa energia. Isso nos dá um custo mais baixo, porque com uma mesma quantidade de gás nós geramos mais energia”, diz.
Comentários