Com a falta de chuvas entre abril e setembro, Brasil utiliza usinas termelétricas para manter fornecimento, o que se reflete no alto custo da energia
A escassez de chuvas neste período do ano novamente se reflete na geração e no custo de energia elétrica no país, já que os reservatórios das usinas hidrelétricas operam com capacidade baixa. Balanço divulgado pelo Organizador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), nessa terça-feira (18/5), indica que os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste estão com 33,01% de água.
Essa capacidade significa cerca de um mês de energia estocada, segundo Walter Fróes, diretor-geral da CMU Energia. “Quando os reservatórios do Brasil inteiro estão com 100%, e isso não acontece há anos, temos cerca de quatro meses de energia estocada. Com 30% do reservatório, é pouco mais de um mês de energia reservada”, explica.
Sendo a principal fonte de geração de energia do país, as usinas hidrelétricas são responsáveis por mais de 50% da matriz nacional e, por trás do funcionamento delas, estão os reservatório de água.
Para manter os reservatórios cheios, grandes volumes de chuva são necessários, mas entre abril e setembro, a escassez passou a ser algo comum no Brasil.
Segundo a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), as baixas precipitações registradas nos últimos 10 anos têm resultado em baixas vazões, dificultando a recuperação dos níveis dos reservatórios em toda a região Sudeste, que responde por aproximadamente 70% do armazenamento de água do sistema elétrico interligado nacional.
Para solucionar a falta de chuvas, o ONS determina o acionamento das usinas termelétricas, porém, o uso desse método é mais caro, o que se reflete nas contas de luz dos consumidores.
A Cemig também esclareceu que, no caso das reservas de hidrelétricas ficarem relativamente vazias, o suprimento será das termelétricas e não existe riscos de racionamento, pelo fato de o sistema nacional ser interligado e contar com essa opção de geração.
Sobre o uso das bandeiras tarifárias, a companhia destacou que isso sinaliza o custo para produção de energia e, por causa do baixo nível dos reservatórios, as usinas térmicas são usadas e consequentemente, geram maior custo.
O nível da bandeira é definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e vale para todas as distribuidoras do Brasil. Para o mês de maio de 2021, o órgão determinou a bandeira vermelha patamar 1 para todo o país. O que significa que todos os brasileiros pagam um valor adicional de R$ 4,16 para cada 100 kWh consumidos na fatura de energia.
Os reajustes nas tarifas serão divulgados em 28 de maio. Em nota, a Cemig esclareceu que aguarda o anúncio da Aneel para divulgar as mudanças, que podem ser para mais ou menos.
Veja a nota:
“A Cemig esclarece que as tarifas de todas as distribuidoras brasileiras também são definidas pela Aneel. Conforme o contrato de distribuição da Cemig, o reajuste tarifário é divulgado pelo órgão regulador do sistema elétrico na reunião que antecede o dia 28 de maio, que é a data que passa a vigorar a nova tarifa – podendo ser para mais ou para menos. Portanto, a Cemig aguarda o anúncio da Aneel para se manifestar a respeito.”
Comentários