O mercado livre de energia propiciou patamar anual recorde de R$ 48 bilhões de economia nos gastos com energia elétrica em 2023, resultado impulsionado por um consumo médio de 26.270 megawatts (MW), volume anual inédito no histórico de demanda pelos consumidores livres. Os dados são da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel).
Considerando os valores economizados desde 2013, o mercado livre de energia já propiciou, em valores atualizados, ganhos acumulados superiores a R$ 339 bilhões aos consumidores que têm autorização para participar desse ambiente competitivo de contratação.
Os valores poupados pelos consumidores que podem participar do mercado livre de energia foram compilados no Economizômetro, calculadora digital da Abraceel que mensura e oferece transparência para a economia gerada pela concorrência e pelo direito de escolher o fornecedor de energia elétrica.
Atualmente, o mercado livre de energia elétrica brasileiro conta com pouco mais de 40 mil unidades consumidoras, 0,04% do total de 89 milhões de unidades consumidoras de energia no País. Cada unidade consumidora equivale a um medidor de energia.
Melhorias
“Esse valor economizado, além de trazer ganhos de produtividade e competitividade para os consumidores, permite que eles possam fazer investimentos em melhorias operacionais das empresas e em folha salarial, incrementando o crescimento econômico e a geração de empregos”, diz Rodrigo Ferreira, presidente-executivo da Abraceel.
Nova fase
O mercado livre de energia elétrica brasileiro vive nova fase de expansão em 2024. Graças à Portaria 50/2022, todos os consumidores de energia em média e alta tensão, caso desejem, podem escolher o fornecedor de eletricidade. Essa mudança agora beneficia, adicionalmente, os consumidores de alta tensão que têm demanda menor que 500 quilowatt-hora (kW).
Antes da Portaria 50/2022, somente os consumidores do Grupo A com demanda maior que 500 kW podiam migrar para o mercado livre de energia.
“A abertura total do mercado de energia elétrica, oferecendo liberdade de escolha para todos os consumidores, incluindo aqueles conectados em baixa tensão, como os residenciais, é fundamental para democratizar os benefícios do mercado livre e o acesso à energia barata e renovável, libertando um “Brasil Esquecido” formado principalmente pelas classes C e D, bem como pequenas indústrias e comércios, fundamentais para o desenvolvimento do País”, destacou Rodrigo Ferreira.
Prós e contras
Quem migra para o mercado livre de energia pode auferir economia de até 35% com a negociação de contratos de compra. A abertura do mercado dá liberdade de escolha para os consumidores e pode ampliar a competitividade de negócios ao permitir o acesso a outros fornecedores além da distribuidora.
A abertura traz também autonomia ao consumidor, que pode gerenciar suas preferências, podendo optar por produtos que atendam melhor ao seu perfil de consumo. Porém, para os consumidores que continuam nas distribuidoras, chamados de clientes cativos, os preços aumentam. Isso porque o mercado livre não paga pelos custos de segurança do sistema (como as usinas nucleares e térmicas) e sobram menos clientes para dividir essa conta.
Na maioria das vezes, quem migra para o mercado livre assina contrato com um comercializador de energia renovável, como eólica e solar – que já são mais baratas, e ainda obtém um desconto vantajoso de 50% sobre a tarifa de fio. Porém, como essas fontes são intermitentes, esse consumidor acaba usando também a energia comprada pela distribuidora, que passa no fio, mas não paga por ela.
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