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Governo propõe transformar Cemig em corporação

Autor:
Marco Aurélio Neves/ Diário do Comércio

Medida enviada aos deputados estaduais é mais um passo para privatização e tornaria a empresa a primeira corporação da história de Minas

O governo do Estado enviou aos deputados estaduais uma prévia da proposta para transformar a (Cemig) em corporação. Caso aconteça, será a primeira corporação da história de Minas. Esse é mais um passo do governador Romeu Zema em busca da privatização da estatal. Agentes do setor de energia avaliam que a medida será benéfica para eliminar a interferência política na gestão da empresa. Outros consideram que o modelo trará prejuízos para a população.

Pela proposta, o Estado deixará de ser o controlador da Cemig e seria o acionista-referência, com poder de veto (Golden Share). As ações preferenciais serão convertidas em ordinárias, o que fará 100% das ações da companhia serem dessa categoria. Por outro lado, serão estabelecidas travas societárias para garantir que nenhum acionista tenha mais direito de voto que o governo de Minas.

O CEO da CMU Comercializadora de Energia, Walter Fróes, considera a ideia interessante porque segue os passos da Vale e da Eletrobras: primeiro foram transformadas em corporações para depois serem privatizadas.

“É muito interessante porque tira a influência política da empresa. É o caso do Cemig, que tem até uma diretoria para cuidar de assuntos políticos, ou seja, vai ter que cuidar sempre de assuntos políticos. Não tem que ter um poder de mando do Estado em cima dela para fazer aquilo que for do interesse do político que estiver no poder no momento”, comentou.

Ele considera que o modelo com Golden Share para o Estado é consagrado para a empresa não estar subjugada ao Estado e preservar o interesse público.

O Estado alega que, como corporação, a Cemig receberá mais investimentos e ganhará competitividade para enfrentar uma nova etapa projetada pelo mercado: o mercado livre de energia para clientes residenciais.

Algo que o ex-diretor da Cemig e ex-presidente da Eletrobras, Aloisio Vasconcellos, discorda. “A migração do setor cativo para o livre é uma rotina. Isso acontecia com as grandes gerações, depois com as médias e hoje até com as pequenas. Os deputados não podem cair nesse ‘canto de sereia’ do governo, não tem nenhum sentido. Por que os outros estados não estão fazendo isso?”, questiona.

Crítico da privatização da empresa, Vasconcellos destaca que a estatal tem uma visão social com a sociedade que uma empresa privada não tem, além de atender nichos não atendidos pelo mercado privado, como a eletrificação rural. Para ele, a proposta é inconsistente e não encontra respaldo no País.

“Não tem nada de benéfico, pelo contrário. É mais um passo para tentar desfazer a história da Cemig e convencer alguns mineiros incautos a privatizá-la. Mais um detalhe importante: se o governo decidir vender, quem vai comprar é a China”, disse, ao dar exemplo da Usina de São Simão, no rio Parnaíba, vendida em leilão na B3 para a chinesa Spic Pacific Energy PTY por R$ 7,18 bilhões.

“A pergunta que se deve fazer é: governador, a Cemig não pode ser do povo de Minas Gerais, mas ela pode ser do povo chinês? A esperança é que os deputados estaduais não votem essa barbárie que o governador quer fazer”, finalizou.

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