A ANEEL, representada pelo diretor-geral, André Pepitone, participou nesta quarta-feira (18/7), no Instituto Pensar Agro, em Brasília, do seminário “A importância do Biogás e do Biometano para uma matriz energética renovável”. Promovido de forma híbrida pela Frente Parlamentar de Energia Renovável (FER), o encontro debateu as possibilidades da energia elétrica renovável no país e o potencial das duas modalidades de geração para a descarbonização da matriz energética brasileira.
Pepitone destacou no encontro o largo potencial de crescimento do biogás e do biometano no Brasil e os benefícios diretos dessas modalidades de geração ao meio-ambiente. “O principal benefício do uso do biogás é a capacidade de tornar o que antes era um passivo ambiental em um ativo energético”, disse, lembrando dados da Agência Internacional de Energia (AIE) que atribuem, ao setor energético, 2/3 das emissões de gás do efeito estufa em todo o processo produtivo.
“O Brasil tem 175.000 MW de potência instalada, sendo 85% renováveis. Desse total, 15.700 MW são de geração de biomassa, e desses 15.700 MW, apenas 230 MW, oriundos de 42 usinas, são de biogás. Esse dado demonstra que precisamos alavancar a pauta do biogás no pais”, ressaltou. O diretor-geral também elencou o potencial do setor sucroenergético na geração de energia elétrica por meio da biodigestão da vinhaça e da torta de filtro.

Investimentos
Recorrendo mais uma vez a dados da AIE, Pepitone projetou o grande volume de investimento em energias renováveis previsto para as próximas décadas e a importância do setor energético para a redução de emissões e mitigação das mudanças climáticas. “As energias renováveis – hidráulica, eólica, solar, biogás, biomassa – vão representar 2/3 dos investimentos globais até 2040. Vai ser a maior fonte de energia adicional a ser agregada.”
As ações da ANEEL em favor da Lei 9.991, de 2000, que exige das empresas o investimento em pesquisa e desenvolvimento em eficiência energética, também foram lembradas por Pepitone como forma de incentivo à indústria do biogás. Segundo ele, a Chamada Estratégica 14, destinada ao setor, favoreceu o investimento de R$ 130 milhões em projetos destinados ao desenvolvimento, no país, de toda a cadeia produtiva da indústria do biogás e da nacionalização da tecnologia empregada. Fomentou, também o treinamento e a capacitação de técnicos da área em universidades, escolas técnicas e empresas.
“Levando emprego e renda, a gente observa que a energia renovável gera desenvolvimento em áreas que estavam excluídas de atividades econômicas”, concluiu, referindo-se à disseminação das energias eólica e solar em localidades da Região Nordeste.
O seminário organizado pela FER teve o apoio da ABiogás (Associação Brasileira do Biogás e do Biometano), da Cogen (Associação da Indústria de Cogeração de Energia) e da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
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