Na melhor das hipóteses, o brasileiro terá uma redução menor na conta de luz, conforme dita Medida Provisória (MP) 579, que dispõe sobre a renovação antecipada das concessões de energia com vencimento entre 2015 e 2017 mediante queda na tarifa cobrada do consumidor.
A expectativa é de que o desconto médio de 20% anunciado pelo governo federal no final do ano passado caia para 15% ou 10%, dependendo da distribuidora, conforme cálculos do Grupo de Estudos do Setor Elétrico(Gesel), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Isso, na melhor das hipóteses. Na pior, o brasileiro vai ficar no escuro.
Mesmo que a chuva caia com intensidade, a expectativa é de que as usinas termoelétricas, que geram uma energia mais cara e poluente, fiquem ligadas até junho deste ano, conforme o especialista do setor de energia e sócio-diretor da Enecel Energia, Raimundo Batista.
No Sudeste e no Centro Oeste, por exemplo, a reserva de água para geração de energia encerrou a última segunda feira em 28,43% do total. Em janeiro do ano passado, o volume era de 76,26%, segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS).
Na avaliação do diretor do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético (Ilumina), Roberto d’Araújo, se a capacidade dos reservatórios ficar abaixo de 40% até maio deste ano, o risco de racionamento aumenta consideravelmente.
“Temos que rezar para chover. Afinal, não dá tempo de construir outras usinas”, diz o diretor-geral da CMU Comercializadora de Energia, Walter Fróes.
Mas um terceiro cenário, com chuva forte capaz de encher os reservatórios, é praticamente descartado pelos especialistas.